quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

112 – O SAQUE E MASSACRE DE IMARUÍ - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS


112 – O SAQUE E MASSACRE DE IMARUÍ - A VIDA CATARINENSE COM A GUERRA DOS FARRAPOS



                Alguns dos moradores da pequena Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna temendo passado por grandes sofrimentos por parte dos caudilhos fugiram em pequenas canoas para a pequena Freguesia de Imaruí. Local onde vivia um povo humilde, hospitaleiro descendente de açorianos os quais viviam de modo bastante simples,  mantinham-se quase que toda a totalidade de seu povo da pesca da tainha, do camarão, do siri e da produção de farinha de mandioca, receberam com muito carinho os fugitivos da Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna.

Imaruí
                Davi Canabarro esperava que a pequena Póvoa de Imaruí lhe suprisse de provimentos, o que não ocorreu. Isso porque sendo mais afastada do centro dos acontecimentos, separada da  Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna por uma bela lagoa,  a Lagoa de Imaruí estavam decididos a lutar pelos ideais do Império.


Freguesia de Imaruí - 1838

          A Freguesia de Imaruí percebia no desenrolar dos acontecimentos os reflexos da situação. Sua população, embora muito pobre, humilde, bastante pequena embora briosa, sublevou-se. Decidiram hastear uma Bandeira do Império no Pavilhão da Praça da Pequena Igreja dedicada a São João Batista como sinal da sua inconformidade, respeito e solidariedade aos vizinhos e irmãos lagunenses que vinham sofrendo com as atrocidades cometidas pelos Caudilhos Republicanos Farroupilhas.

Freguesia de Imaruí - 1838

                Tais atitudes por parte da pequena comunidade de pescadores separada da Cidade Juliana de Laguna. Por suas destemidas atitudes Davi Canabarro ficou num estado de grande cólera, embrutecido, o qual determinou uma expedição punitiva, com ordens expressas de ser assaltada e saqueada a pequena Freguesia de Imaruí.

Freguesia de Imaruí - 1838

                Davi Canabarro ordenou a José Garibaldi que atacasse, submetesse os rebeldes e a entregasse ao saque da Soldadesca Republicana. Suas ordens eram para que castigassem o povo da Freguesia de Imaruí a ferro e fogo. E assim foi feito, Giuseppe Garibaldi não hesitou, cumpriu as ordens do Caudilho Davi Canabarro feito General pela própria Laguna. Pelas atrocidades que Giuseppe Garibaldi cometeu juntamente com seus comparsas, ele mais tarde comentou:

“-Desejo, não só para mim, mas para todos os homens que jamais recebam uma ordem igual a esta que era de tal modo terminante que não havia modo de a iludir. Ainda que existam longas e prolixas narrativas de não acontecimentos, julgo impossível que a mais terrível se aproxime da realidade. Deus me perdoe, mas não tive em toda a minha existência acontecimento que deixasse tão amarga recordação como o saque do Imaruí”.

Imaruí - séculos = XIX - XX

            A Freguesia de Imaruí foi praticamente dizimada, o que puderam pilhar levaram em seus barcos para a Cidade Juliana de Laguna, o que não puderam atearam fogo. As pessoas foram molestadas, torturadas, mutilados  degoladas, queimadas, uma verdadeira carnificina a qual os próprios executores ficaram horrorizados.

Imaruí 1838

          No mesmo dia do Saque e Massacre da Freguesia de Imaruí, dia 09 de novembro de 1839, Davi Canabarro escreveu a um dos chefes da República do Piratini, Sousa Neto, que da centena de lagunenses lhe restava apenas 07 e que dos lagunenses apenas uns 30. Da Guarda Nacional em apenas 02 dias, haviam desertado quase 200 homens. E ainda os acusava de falta de brio e de que haviam nascido para escravos, salvo honrosas exceções. Não sabia ele, ou se fazia de esquecido.

São João Batista Padroeiro de Imaruí


          Os homens haviam se desesperado com tudo o que vinha ocorrendo, e que o Saque e Massacre da Freguesia de Imaruí foi um episódio muito forte que ficaria na lembrança dos executores como uma eterna maldição. Isso os levou a desertar, acreditavam que pior não poderia mais ocorrer. Por sorte, as Tropas Imperiais estavam cada vez aproximando-se mais e mais.





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